No interior do país, junto à fronteira com Espanha, localiza-se a região da Beira Baixa. Aqui encontramos, nas palavras do professor Orlando Ribeiro, “(…) uma demonstração clara da natureza da escadaria de sopé.” Entalada numa área limitada a sul pelo degrau inferior, correspondente à superfície de erosão formada pelo rio Tejo, e a Norte pela linha de sopé da Serra da Gardunha, encontramos a superfície de Castelo Branco.
No interior desta área eleva-se uma pequena serra onde repousa a cidade. Nas suas colinas surgiram as primeiras povoações que deram origem à cidade e no seu topo erguem-se as ruínas de um antigo castelo templário. Em meados do século XII, foram estes os donos e senhores responsáveis pela defesa da cidade, desde a sua conquista aos mouros por parte de D. Afonso Henriques, até à extinção da ordem. Esta ligação da cidade à Ordem do Templo é apontada como uma das possíveis explicações para a origem do nome da cidade.
A cidade beirã possui diversos solares, igrejas e belos jardins que invadem a cidade com tamanha harmonia. Deve destacar-se o antigo Paço episcopal do Bispo da Guarda, erguido em 1596, que conta ainda com o seu jardim em estilo barroco, onde se podem encontrar, para além de lagos, repuxos e belas composições de azulejos, as curiosas estátuas dos reis Portugueses, mas não só! (Para os curiosos aconselho a procurarem as mais pequenas).
Ainda no Paço, pode visitar-se o Museu Francisco Tavares Proença Júnior, um dos 7 museus nesta cidade, conhecido pelas suas peças arqueológicas e tapeçarias típicas albicastrenses.
Para aqueles que preferem ficar fora de quatro paredes existem diversos percursos pela cidade, como os Portados Quinhentistas, que podem ser observados enquanto se caminha em direção às ruínas do Castelo. Quase no topo, o miradouro de São Gens permite uma das mais belas vistas da cidade, enquanto se recupera o fôlego para subir os últimos degraus e deslumbrar-se com o mais belo pôr do sol no topo do castelo.
Se gostam de caminhadas qualquer uma das ciclovias que rodeiam a cidade vos podem levar numa bela aventura, mas não se esqueçam de ir olhando para os artísticos passeios que pintam todas as ruas, inspirados nos bordados característicos da zona.
Sem dúvida que esta cidade beirã guarda muitas e deliciosas surpresas quer culturais, paisagísticas ou gastronómicas – como a típica cozinha portuguesa o exige – mas sem sombra de dúvida que o seu maior valor se encontra na sua qualidade ambiental. O magnífico ar puro de que podemos usufruir, é uma das principais razões para esta cidade ser considerada uma das melhores em Portugal, em termos de qualidade de vida.
Castelo Branco representa, assim, um interessante ponto de paisagem na descoberta do Portugal interior e profundo, onde encontramos uma excelente oportunidade para aproveitar e absorver todos as qualidades que a região tem para oferecer.
Autor: Guilherme Pombal