Autárquicas 2021: eleições no poder local

     Encontramo-nos a poucos dias das eleições autárquicas. Os munícipes e fregueses de todo o país preparam-se para eleger os candidatos que ocuparão os corredores do poder local durante os próximos quatro anos, entre mais de 300 municípios e de 3000 freguesias que integram todo o território nacional. O compromisso nas urnas ficou marcado para o domingo de 26 de setembro de 2021 e terá a duração de 12 horas (das 8h até às 20h, horário de encerramento das urnas), salvo exceções para as modalidades de voto antecipado.

     Retrocedendo às eleições autárquicas de 1 de outubro de 2017 que contou com cerca de 5 milhões de votantes (equivalente a 54,97% de uma população inscrita de cerca de 9 milhões), verificou-se uma esmagadora vitória do Partido Socialista em todo país (com exceção da CDU em Setúbal, e do PSD em Aveiro e na Guarda) com 37,82% da votação total para as câmaras municipais, 36,42% nas assembleias municipais e 36,25% nas assembleias das freguesias. Seguindo-se em segundo lugar o Partido Social-Democrata que isoladamente (não contabilizando as coligações) atingiu 16,07% da votação total nacional para as câmaras municipais, 15,83% nas assembleias municipais e 15,66% nas assembleias das freguesias. Segundo várias sondagens prevê-se que o
mesmo cenário eleitoral se repita e a vitória do Partido Socialista se concretize de novo, no entanto existem outras variáveis que poderão (ou não) influenciar a quantidade de votos que os partidos mais votados irão receber, nomeadamente, a chegada de novos partidos de peso ao cenário autárquico: o Iniciativa Liberal com programas focados na descentralização do poder, desburocratização e no livre-mercado, e o CHEGA!, com propostas mais centradas no conservadorismo social, liberalismo económico e nacionalismo. O desinteresse dos jovens pela política, como também, a situação pandémica, poderão ser alguns dos fatores que provocarão o aumento da abstenção de voto, fenómeno este verificado em eleições anteriores (45% nas autárquicas de 2017, 52% nas legislativas de 2019 e 60% nas presidenciais de 2021).

 

Imagem: rtp.pt

Texto: Frederico Ferreirinho